Tudo começou quando chegamos no Uruguai e pedimos uma Norteña, mas quem disse que conseguimos uma garrafa?? Pior do que conseguir beber uma cerveja tipicamente uruguaia no Uruguai foi ver a cara de ponto de interrogação que o garçom ficou!
Embarcamos no cruzeiro e na parada uruguaia seguinte lá fomos nós atrás da Norteña de novo! ahahaha Até que o motorista de taxi falou para um dos meus primos que a Norteña não era vendida no Uruguai há anos.... hahahahah... Como assim???
Quando voltei para São Paulo ainda estava meio confusa com essa história de que não tem Norteña no Uruguai... Mas esqueci do assunto até dar de cara com essa matéria do Valor Econômico da dia 3 de fevereiro: "Cerveja uruguaia 'some' de Montevidéu"... Agora tá tudo explicado! Nada de Norteña no Uruguai! Melhor aproveitar que ela tá cada vez mais barata no Pão de Açúcar mesmo...
Cerveja uruguaia "some" de Montevidéu
Daniel Rittner | De Montevidéu
03/02/2011
O brasileiro que se acostumou a beber Norteña e Patricia com um bom "ojo de bife" ou uma suculenta "tapa de cuadril", carnes típicas das casas de "parrilla" já comuns no cenário gastronômico da cidade de São Paulo, e foi passear no Uruguai neste verão pode ter estranhado não encontrar, vez ou outra, essas tradicionais marcas uruguaias de cerveja. "Vocês levaram todas as Norteñas para o Brasil", brinca Roberto Samurio, o garçom mais antigo na unidade central da tradicionalíssima rede uruguaia de lanchonetes La Pasiva, esclarecendo que a marca já deixou de fazer parte do cardápio do estabelecimento. Poucos sabem que a Norteña é cada vez menos difundida no Uruguai. Em 2003, ela deixou de ser produzida na histórica fábrica da Cympay em Paysandú, após sua compra pela Ambev. Hoje a Cympay, que era um símbolo na localidade uruguaia, produz apenas malte - são 11.250 toneladas por mês, que abastecem cervejarias de todo o Brasil. A Norteña passou a ser feita na Fábrica Nacional de Cervezas (FNC), em Montevidéu, também adquirida pela Ambev.
A Patricia e a Norteña, as duas cervejas uruguaias que foram introduzidas no mercado brasileiro em 2007, vivem momentos distintos em cada país. No Brasil, junto com marcas como a Stella Artois e a família Bohemia, são estrelas entre as cervejas premium - um mercado estimado em R$ 300 milhões e que cresceu 20% em 2010, conforme dados da Euromonitor International.
"Elas são um excelente complemento para o nosso portfólio. A Patricia e a Norteña entraram no Brasil pelas 'parrillas' e caíram no gosto dos consumidores", afirma Stella Brant, gerente de marketing premium da Ambev, que fabrica as duas marcas. Segundo a executiva, esse mercado representava apenas 2% das vendas totais de cervejas, há dez anos, e hoje corresponde a 5%. "Tudo indica que deverá crescer ainda mais", diz Stella, lembrando que em países de características similares, como a Argentina, a participação já alcança 15%.
No Brasil, o barateamento das importações por causa do real fortalecido, o aumento da renda, a maior oferta e a ampliação do conhecimento sobre cervejas são fatores que impulsionam o consumo de produtos premium. De acordo com a Ambev, a Norteña é a mais vendida das cervejas uruguaias no Brasil. Ela é pouco encorpada e possui teor alcoólico de 5%. Já a Patricia surgiu em 1936, na localidade de Minas, caracteriza-se por sua espuma "cremosa", pelo uso e malte e lúpulos "nobres", pelo amargor "fino" e por ser "moderadamente encorpada", segundo descrição da empresa.
Por ser fabricada "quase de maneira artesanal", a Patricia tem capacidade de produção limitada. A Ambev não informa quanto da produção total é destinada ao Brasil e ao mercado uruguaio, mas esse pode ter sido um dos fatores para a demora na normalização de seu abastecimento, em pleno início do verão, após greve dos trabalhadores ligados à indústria de bebidas, no fim do ano passado.
Conforme a reportagem do Valor pôde constatar em diversos estabelecimentos do varejo na capital uruguaia, havia dificuldades no suprimento de cerveja Patricia, em meados de janeiro. "Conseguimos atender a demanda de fim de ano com nosso estoque, mas os distribuidores têm alegado problemas para garantir o abastecimento e não temos recebido quase mais nada", disse a gerente de um supermercado da rede Multiahorro em Pocitos, bairro de classe média alta em Montevidéu, que pediu para não ter seu nome revelado. "É até cômico: a cerveja ficou tão famosa no Brasil e tem gente aqui que não consegue encontrá-la, justo no verão."
Quem reina tranquila no Uruguai é a Pilsen - cerveja que também foi trazida ao Brasil pela Ambev, mas foi mantida por pouco tempo. Com amargor intenso, surgiu em Montevidéu, em 1956. Na época, tinha o nome de Pilsen Royal de Luxe. Hoje, não é somente líder em vendas. Transformou-se, no país, em sinônimo absoluto de cerveja.
2 comments:
A culpa é da Ambev - que priorizou o mercado brasileiro ao invés do natal, Uruguay.
eles adoram fazer isso, pq são movidos pelo dindim e não pela tradição.
Dá uma pesquisada e comprove, o que eles fizeram com as marcas super tradicionais e artezanais brazucas. Umas nem exeistem mais, pq vendiam pouco.....
Muito engracado, uruguai desapontou...hahaha!
bjus
www.bloggdakaka.wordpress.com
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